Por Paulo Henrique Schenatto
Bolsista do PIBID – Geografia
UFFS Campus Erechim
Muitas vezes os futuros docentes em sala de aula, discutem e debatem
teorias e mais teorias, as quais nortearão muitos dos estudos pedagógicos
elaborados por pesquisadores e doutores da educação. Essa discussão é muito
necessária, pois existe a necessidade de se possuir um embasamento teórico
condizente com o processo educacional a ser efetivado.
Mas, apresar de muitas vezes as teorias serem exporem a “boniteza” do ato
educativo, constituem-se, ao mesmo tempo, de suposições que, na prática,
geralmente, não surtem muito efeito quando aplicadas e, ao mesmo tempo, deixam
de lado alguns aspectos muito importantes na rotina escolar como um todo.
Muito se fala em planejamento de aulas, mas pouco tempo se tem para isso.
Temos tecnologia a vontade para usar, mas falta, em muitos casos, qualificação
para fazer um uso eficiente. Não pode o professor tentar utilizar instrumentos
que não conheça, e mesmo, não saiba como utilizar.
Outro aspecto, que muitas vezes passa despercebido, é o esquecimento da
realidade escolar. Segundo Libâneo(2005, p. 20)
[…] os conteúdos dos
cursos de licenciatura, ou não incluem o estudo das correntes pedagógicas, ou
giram em torno de teorias de aprendizagem e ensino que quase nunca têm
correspondência com as situações concretas de sala de aula, não ajudando os
professores a formar um quadro de referência para orientar sua prática.
Libâneo fala das correntes pedagógicas. Mas muitas vezes, essas correntes
não citam nada sobre a realidade escolar. Isso, na maioria dos casos assusta o
futuro docente, que ao chegar na sala de aula, seja para o estágio, seja nos
primeiros tempos como professor, tende a não saber lidar com a situação. Fica
“apavorado”, pois isso as teorias não discutem. Claro, existe todo um contexto
social em que a escola está inserida, e isso vai definir as suas
características, e, principalmente, as características dos alunos dessa escola.
Pois bem, aí que entra o PIBID. Como seu próprio nome diz, trata-se de um
Programa Institucional de Bolsar de INICIAÇÃO Á DOCÊNCIA(grifo nosso). E
iniciar logo cedo o futuro docente na pratica escolar, evita que ao chegar na
sala de aula, o professor de primeira viagem não saiba o que fazer frente a uma
ou outra situação.
O artigo 4 da portaria que regula o PIBID(2013), elenca os objetivos. E
no inciso IV, do mesmo artigo, diz
IV - inserir os licenciandos no
cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes
oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas,
tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que
busquem a superação de problemas identificados no processo de
ensino-aprendizagem;”
Portanto, reitero a opinião de que, quanto antes o futuro, e por que não
atual, docente entrar em contato com a realidade escolar, tão logo ele se
sentirá preparado, ou não, para encarar a profissão de professos. Educar é um
ato muito importante. É uma tarefa ardua, mas que pode mudar as pessoas.
E para finalizar, como diria Rubem Alvez: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma
forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam e ver o mundo pela
magia da nossa palavra. O professor, assim não morre jamais...”
REFERÊNCIAS
CAPES. Portaria
nº 096, de 18 de julho de 2013. Regulamento do programa institucional de
bolsa de iniciação à docência. Brasília: Capes, 2013.
LIBÂNEO, José
Carlos. Democratização da Escola Pública: A pedagogia critico-social dos
conteúdos. São Pauo: Loyola, 2005.