sexta-feira, 13 de junho de 2014

Entre a realidade e a teoria “não-exposta”


Por Paulo Henrique Schenatto
Bolsista do PIBID – Geografia
UFFS Campus Erechim


Muitas vezes os futuros docentes em sala de aula, discutem e debatem teorias e mais teorias, as quais nortearão muitos dos estudos pedagógicos elaborados por pesquisadores e doutores da educação. Essa discussão é muito necessária, pois existe a necessidade de se possuir um embasamento teórico condizente com o processo educacional a ser efetivado.
Mas, apresar de muitas vezes as teorias serem exporem a “boniteza” do ato educativo, constituem-se, ao mesmo tempo, de suposições que, na prática, geralmente, não surtem muito efeito quando aplicadas e, ao mesmo tempo, deixam de lado alguns aspectos muito importantes na rotina escolar como um todo.
Muito se fala em planejamento de aulas, mas pouco tempo se tem para isso. Temos tecnologia a vontade para usar, mas falta, em muitos casos, qualificação para fazer um uso eficiente. Não pode o professor tentar utilizar instrumentos que não conheça, e mesmo, não saiba como utilizar.
Outro aspecto, que muitas vezes passa despercebido, é o esquecimento da realidade escolar. Segundo Libâneo(2005, p. 20)

[…] os conteúdos dos cursos de licenciatura, ou não incluem o estudo das correntes pedagógicas, ou giram em torno de teorias de aprendizagem e ensino que quase nunca têm correspondência com as situações concretas de sala de aula, não ajudando os professores a formar um quadro de referência para orientar sua prática.

Libâneo fala das correntes pedagógicas. Mas muitas vezes, essas correntes não citam nada sobre a realidade escolar. Isso, na maioria dos casos assusta o futuro docente, que ao chegar na sala de aula, seja para o estágio, seja nos primeiros tempos como professor, tende a não saber lidar com a situação. Fica “apavorado”, pois isso as teorias não discutem. Claro, existe todo um contexto social em que a escola está inserida, e isso vai definir as suas características, e, principalmente, as características dos alunos dessa escola.
Pois bem, aí que entra o PIBID. Como seu próprio nome diz, trata-se de um Programa Institucional de Bolsar de INICIAÇÃO Á DOCÊNCIA(grifo nosso). E iniciar logo cedo o futuro docente na pratica escolar, evita que ao chegar na sala de aula, o professor de primeira viagem não saiba o que fazer frente a uma ou outra situação.
O artigo 4 da portaria que regula o PIBID(2013), elenca os objetivos. E no inciso IV,  do mesmo artigo, diz

IV - inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem;”

Portanto, reitero a opinião de que, quanto antes o futuro, e por que não atual, docente entrar em contato com a realidade escolar, tão logo ele se sentirá preparado, ou não, para encarar a profissão de professos. Educar é um ato muito importante. É uma tarefa ardua, mas que pode mudar as pessoas.
E para finalizar, como diria Rubem Alvez: “Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam e ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim não morre jamais...”




REFERÊNCIAS
CAPES. Portaria nº 096, de 18 de julho de 2013. Regulamento do programa institucional de bolsa de iniciação à docência. Brasília: Capes, 2013.


LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: A pedagogia critico-social dos conteúdos. São Pauo: Loyola, 2005.

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